quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

PORQUE O AMOR DO DINHEIRO É A RAIZ DE TODOS OS MALE


 

Olá, amados leitores!
Que a paz de Cristo esteja com todos vocês!
Na semana passada, aprendemos que devemos ser gratos e estarmos contentes com o que temos.
Paulo escreveu a Timóteo que “tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com
isso contentes” (I Tm 6:7). Evitar a reclamar da vida é a primeira orientação do apóstolo ao seu
filho na fé.
O segundo conselho de Paulo a Timóteo foi que ele deveria tomar cuidado com o espírito da
ganância e da usura em seu ministério pastoral. Ele disse que “os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns
se desviaram da fé e esse transpassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm 6:9-10).
O dinheiro é algo bom para todos os homens. Sem ele, é impossível comprar, vestir e alimentar, por
exemplo. Ele é o resultado do nosso trabalho nesta terra. O dinheiro, na perspectiva bíblica, nunca
foi uma “maldição”, mas uma bênção proveniente da misericórdia do Senhor. O problema
enfatizado por Paulo nesse texto é quando o dinheiro se torna um deus a ser adorado e idolatrado; é
quando o homem se torna escravo dele. O dinheiro é em toda a história humana uma das três causas
da ruína, da depravação e da desestruturação familiar e social (as outras duas são o poder e o sexo).
A ganância pelo dinheiro, associada ao desejo pelo poder, motivou, vale lembrar, duas guerras
mundiais, e fomenta ainda hoje guerras civis em todo o mundo.
Se de um lado alguns acreditam erroneamente que o dinheiro é uma maldição, de outro lado,
algumas pessoas superexaltam a importância de tê-lo, talvez, para demonstrar um
status quo na
sociedade de austeridade e de “poder”. Na fé, esse desejo (o de ficar rico) torna-se uma pedra de
tropeço para a salvação eterna. Foi isso que Paulo reiterou a Timóteo: “os que querem ser ricos
caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os
homens na perdição e ruína, (…) e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e esse transpassaram a si
mesmos com muitas dores”. Paulo chega, inclusive, a citar alguns nomes de pessoas, antes
piedosas, que se desviaram da fé porque alimentou o coração com a ganância e com a usura, como
Himineu, Alexandre, o latoeiro (I Tm 1:19) e Demas (2 Tm 4:10).
“Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência,
a mansidão. Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste
chamado” (I Tm 6:11-12). Ao mesmo tempo que Paulo suplica a Timóteo para que se afaste do
pecado da ganância, ele estabelece o que deveria ser a prioridade do ministério e do chamado do
jovem pastor de Éfeso: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também
foste chamado”. A vida eterna e a salvação deveriam nortear não apenas o trabalho pastoral de
Timóteo em Éfeso, mas acima de tudo, a sua busca e as suas metas pessoais teriam que ser em
direção à vida eterna, em Cristo Jesus. O dinheiro, portanto, era consequência da graça e da
misericórdia de Deus, e não o alvo para Timóteo neste mundo.
Tudo isso nos traz algumas reflexões muito importantes. O dinheiro é algo muito bom para todos
nós. Devemos orar para Deus nos conceder saúde e trabalho para termos, pelo menos, o básico para
a nossa sobrevivência. Não é pecado algum ser próspero. Aliás, a Bíblia diz que Deus é o dono do
ouro e da prata (Ag 2:8). O problema está, conforme vimos, em construirmos metas instituindo o
dinheiro como alvo. Primeiro, porque “nada trouxemos a este mundo, e nada levaremos dele”. O
homem mais rico desta terra chamais poderá levar para a eternidade os bens adquiridos aqui. O
dinheiro poderá comprar até um caixão luxuoso, mas não a vida eterna. Segundo, porque não é o
dinheiro a causa e a razão da nossa existência. Existimos para adorar tão somente a Deus, o Criador.
Foi para isso que nós fomos criados. Apenas Deus é digno de adoração, de honra e de glória.
Quando gastamos a nossa vida, a paz do nosso lar e o tempo para apenas ficar rico e mais rico, na
verdade, nós seguimos no caminho de Balaão (uma referência àqueles que são gananciosos) e
estabelecemos não Deus como o Ser da nossa adoração, mas sim, o dinheiro. O dinheiro passa a ser

o nosso deus, que tudo “pode”. Isso é muito perigoso. Terceiro e último ensinamento está na
prioridade da nossa vida. Paulo afirmou com muita propriedade que devemos nos afastar desses
desejos corruptíveis e buscarmos a nossa salvação eterna, em Jesus Cristo. Esse ponto é o mais
importante de todos. Em Marcos 8:36, Jesus disse: “Pois, o que adianta ao homem ganhar o mundo
inteiro e perder a sua alma?”. O que adianta, amado leitor, você gastar tempo, energia e saúde com
as coisas deste mundo? A morte é uma realidade na vida de todos nós. O dinheiro não pode evitá-la.
O que nos garante uma eternidade ao lado de Deus é justamente reconhecer o plano de salvação
Dele, em Jesus. É submetermos a nossa vida a Ele; é olhar para o Autor e Consumador da nossa fé e
buscar servi-Lo fielmente neste mundo.
Concluo com uma frase de Charles Spurgeon, onde ele disse: “Quanto mais do céu existe em nossas
vidas, menos da terra cobiçamos”.
Que o Senhor abençoe a sua vida!
Muito obrigado!

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