domingo, 26 de dezembro de 2010

QUATRO LEIS ESPIRITUAIS

1. PRIMEIRA LEI

DEUS TE AMA, E TEM UM PLANO MARAVILHOSO PARA A SUA VIDA.

O AMOR DE DEUS
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigénito, para que todo o que nele cré não pereça, mas tenha a vida eterna"
(João 3:16).

O PLANO DE DEUS
Cristo afirma: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (uma vida plena e com propósito) (João 10:10).

Por que é que a maioria das pessoas não conhecem essa "vida em abundância"?


 2. SEGUNDA LEI

O HOMEM É PECADOR E ESTÁ SEPARADO DE DEUS; POR ISSO NÃO PODE CONHECER NEM EXPERIMENTAR O AMOR E O PLANO DE DEUS PARA A SUA VIDA.
O HOMEM É PECADOR
"Pois todos pecaram e separados estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). O homem foi criado para ter um relacionamento perfeito com Deus, mas por causa da sua desobediência e rebelião, escolheu seguir o seu próprio caminho, e o relacionamento com Deus desfez-se. O pecado é um estado de indiferença do homem para com Deus.

O HOMEM ESTÁ SEPARADO
"Porque o salário do pecado é a morte" (separação espiritual de Deus) (Romanos 6:23).
[LAW 2 DIAGRAM]

Deus é santo e o homem é pecador. Um grande abismo separa-os. Mas o homem sente que lhe falta algo, tem um vazio e está continuamente a procurar alcançar Deus e a vida abundante, através dos seus próprios esforços: vida recta, boa moral, filosofia, etc.

A Terceira Lei oferece-nos a única resposta para o problema da separação...


 3. TERCEIRA LEI

JESUS CRISTO É A ÚNICA SALVAÇÃO DE DEUS PARA O PECADO DO HOMEM. POR MEIO DELE VOCÊ PODE CONHECER O AMOR E O PLANO DE DEUS PARA A SUA VIDA.


ELE MORREU EM NOSSO LUGAR
"Mas Deus prova o seu próprio amor para connosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8).

ELE RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS
"Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras."
(I Coríntios 15:3,4).

ELE É O ÚNICO CAMINHO
Respondeu-lhe Jesus: "Eu sou o caminho e a verdade, e a vida: ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6).
[LAW 3 DIAGRAM]

Deus ligou o abismo que nos separa dele, ao enviar o seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar.

Não é suficiente conhecer estas três leis...


 4. QUARTA LEI

PRECISAMOS RECEBER JESUS CRISTO COMO SALVADOR E SENHOR, POR MEIO DE UM CONVITE PESSOAL. SÓ ENTÃO PODEREMOS CONHECER E EXPERIMENTAR O AMOR E O PLANO DE DEUS PARA A NOSSA VIDA.


PRECISAMOS RECEBER CRISTO
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber; aos que crêem no seu nome" (João 1:12)

RECEBEMOS CRISTO PELA FÉ
"Porque pela graça sois salvos; mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9).

RECEBEMOS CRISTO POR MEIO DE UM CONVITE PESSOAL
Cristo afirma: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa" (Apocalipse 3:20)

Receber Cristo implica num desejo de mudança de vida, uma nova atitude para com Deus, é deixar de confiar em nossos próprios esforços, creando que Cristo, ao entrar em nossos vidas faz de nos aquilo que Ele quer  que sejamos.

Estes dois círculos representam dois tipos de vida:


Qual dos dois círculos representa a sua vida?
Qual deles desejaria que representasse sua vida?
Eu gostaria de explicar-lhe como pode receber Cristo.

VOCÊ PODE RECEBER A CRISTO AGORA MESMO EM ORAÇÃO
(Orar é falar com Deus)

Deus conhece o seu coração e está mais interessado na atitude do seu coração do que nas suas palavras. A oração seguinte serve como exemplo:

"Senhor Jesus, eu preciso de ti. Abro a porta da minha vida e recebo-te como meu Salvador e Senhor. Toma conta da minha vida. Agradeço-te porque perdoas os meus pecados e aceitas-me como sou. Desejo estar dentro do teu propósito para minha vida".

Esta oração expressa o desejo do seu coração?
Se assim for, faça-a agora mesmo e Cristo entrará em sua vida, como prometeu.

Você fez esta oração agora?

Eu ainda tenho dúvidas

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O PODER MIRACULOSO DO PERDÃO

Pastor Hélder Teixeira



“Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo até sete, mas setenta vezes sete”. Mt 18,21.


Pedro indagou ao Senhor Jesus quantas vezes devería perdoar. Sete? Jesus respondeu: não somente sete, mas setenta vezes sete. Jesus disse 490 vezes. Porém há um detalhe: ao dia, e a cada ofensa causada por uma única pessoa. É impossível uma única pessoa nos ofender mais de 490 vezes ao dia. Em muitas ocasiões uma única palavra é capaz de causar danos em nossos corações ao ponto de manter enraizada na nossa alma, raízes de amargura, que permanecerão pela vida inteira.

Na oração do Pai Nosso, o versículo 12 diz: “ Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nosso devedores. Jesus mostra claramente que há uma condição para o homem, pecador como somos, pois pecamos constantemente, ainda que não concordamos com essa condição, ainda que não vivamos na prática do pecado, mas como diz a Palavra de Deus em 1 João, 10: “ Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”, somos pecadores, e a única maneira de se obter o perdão de Deus é, primeiramente, manifestando o perdão para com aqueles que nos ofenderam. Isso implica na seguinte afirmação: se eu não perdoar, também não receberei o perdão de Deus sobre a minha vida.

Nota-se em vários textos que a cura se manifestava na vida de homens porque recebiam a perdão de Jesus Cristo e, por recebê-la, era , então, manifestada a cura física. Se Jesus Cristo, que conhece o homem intimamente, perdoava, posso crer que, mesmo diante das adversidades, do opróbrio, os corações estavam limpos dos ressentimentos. Estavam prontos para receberem o milagre que precisavam.

E não para por aí. Após responder a Pedro, Jesus mostra-nos uma verdade que muitos crentes não tem se atentado com diligência. Ele relata a parábola do credor incompassivo. Alguém que devia dez mil telentos a um rei, e não tendo com que pagar, o seu senhor ordenou que ele,  sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinham, para que a dívida se lhe pagasse. O texto diz que aquele homem prostou-se, reverenciando, dizendo: Senhor sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo movido de compaixão, soltou-o e perdoou lhe a dívida. Porém, aquele que recebeu o perdão, não demonstrou a mesma compaixão para com alguém que lhe devia. A Bíblia relata no versículo 29, que aquele que havia recebido o perdão, agora, mandava encerrar no cárcere alguém que, também, carecia de misericórdia. Quando o rei soube desse fato, mandou chamar a sua presença e disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores.
 Essa parábola é uma verdade espiritual e reflete exatamente o que acontece com aqueles que fazem a opção de viver um vida de amargura, que não libera o perdão e muitas vezes, diante de Deus, clama pela sua misericórdia. A Palavra mostra que quem não perdoa será entregue nas mãos dos atormentadores, terão seus corpos tomados por enfermidades, opressão, conhecido pela medicina como depressão, e todo tipo de males, tudo isso por que não tomou a decisão de perdoar o seu próximo.

Quero dizer que perdoar não é emoção, ao contrário, o perdão é um ato de obediência a Deus e a sua Palavra. Portanto, você, ao ler esse texto, pode tomar a decisão de abrir teus lábios e declarar que estão perdoados aqueles que, em algum momento de suas vidas, falaram palavras duras ou tiveram atitudes que feriram o seu coração. Ore comigo assim: Senhor Jesus, eu tomo a decisão de perdoar, neste dia, o irmão fulano de tal..., que me ofendeu. Irmão fulano de tal, eu te perdoou em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém. Pode crer que se você verdadeiramente tomou a decisão de perdoar, esteja preparado, porque milagres se manifestarão em sua vida. Se estás enfermo, será curado. Receba sua cura em nome de Jesus. Amém.

Pr. Hélder Teixeira
Pastor da Igreja Evangélica Templo de Oração no bairro Tancredo Neves em Cuiabá MT.
Av. Vicente Vuolo, 02, Cuiabá MT.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

HISTÓRIA DA BÍBLIA

A Bíblia – o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo – desde as suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos, através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.400 línguas diferentes.

OS ORIGINAIS

Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos por seus autores, se perderam. As traduções confiáveis das Escrituras Sagradas baseiam-se nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.


Grego, hebraico e aramaico. Esses foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas.

Antigo Testamento

a maior parte foi escrita em hebraico e alguns textos em aramaico.

Novo Testamento

foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.

Para a tradução do Antigo Testamento, a SBB utiliza a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento, é utilizado The Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.

Muitos séculos antes de Cristo, os escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Esses registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas vezes, e passados de geração em geração.


Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por:

A Lei

Composta pelos livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Os Profetas

Incluíam os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis.

As Escrituras

Reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.

Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C.

Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei frequentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico – da direita para a esquerda – e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.

Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.

Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo, destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos marca o início da igreja cristã.


As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação.

A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares também começaram a circular.

O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos 100 anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.

Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou Ensinamento dos Doze Apóstolos).


Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos manuscritos eram realmente autorizados. Entretanto, gradualmente o julgamento das igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu a coleção das Escrituras que constituíam um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus. No Século IV d.C. foi estabelecido entre os concílios das igrejas um acordo comum, e o Novo Testamento foi constituído.

Os dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos naquela ocasião – o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo são aproximadamente 20 manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros cinco séculos.

Quando Constantino proclamou e impôs o cristianismo como única religião oficial no Império Romano, no final do Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por boas cópias de livros do Novo Testamento. É possível que o grande historiador Eusébio de Cesaréia (263–340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto os livros dos cristãos já estavam danificados e usados, porque o imperador encomendou 50 cópias para igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta tenha sido a primeira vez que o Antigo e o Novo Testamentos foram apresentados em um único volume, agora denominado Bíblia.

Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.


Septuaginta (ou Tradução dos Setenta)

Esta foi a primeira tradução. Realizada por 70 sábios, ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas. Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.

Outras traduções começaram a ser desenvolvidas por cristãos novos nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim – a mais importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente. Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das Escrituras.




Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos, e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.



Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo.



Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João. Entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós. Aos poucos, as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.

Na Alemanha, em meados do século 15, um ourives chamado Johannes Gutenberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas à mão passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 – alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão. E em outras seis línguas até meados do século 16 – espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.




Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.



Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez, estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.

Várias foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 d.C. Existem partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do segundo século da era cristã. Mas sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó.




Durante nove anos, vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumran, no Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias. Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do Cristianismo.



Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C.



Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de 100 a.C. Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas.



Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.



As descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo sentido não era absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se baseavam em manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos.

sábado, 27 de novembro de 2010

CUIDADO, SEITAS!

Você já foi enganado alguma vez? Talvez isso tenha acontecido à porta de sua casa, quando algum vendedor treinado para persuadir e usando de artimanhas o fez comprar algo inútil. O engano é geral! Há engano em todas as áreas da vida, e especialmente no setor religioso! Vivemos numa época em que muitas seitas se propagam em velocidade inacreditável. Os representantes das seitas sabem muito bem como podem vender suas heresias a pessoas de boa-fé por meio de palavras convincentes. Muitas vezes as seitas apelam para a Palavra de Deus e usam o nome de Jesus Cristo. Em um primeiro momento, freqüentemente, suas palavras parecem convincentes e verdadeiras. Mas: Cuidado – é engano! A Bíblia nos adverte seriamente a respeito: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João 4.1).


De que consiste a diferença entre uma seita e a verdadeira fé bíblica em Jesus Cristo? Como se reconhece uma seita? Faça a prova com três perguntas:

1. Quem é Jesus Cristo?

As seitas negam a pessoa do Senhor Jesus – elas falam de um "Cristo cósmico" ou negam a Sua soberania divina. Nelas não é Jesus que está no centro, mas a pessoa do seu "guia", "profeta", "apóstolo"ou "guru". Entretanto, a Bíblia declara que Jesus Cristo é o único Deus verdadeiro. Ele se tornou homem para morrer na cruz por todos os homens. Ele ressuscitou corporalmente e vive por toda a eternidade (1 João 5.20; Colossenses 2.9; Marcos 10.45 e 1 Coríntios 15.3ss).

2. O que é a Bíblia?

Muitas vezes as seitas usam, de fato, partes da Bíblia, mas além dela ainda têm as suas doutrinas especiais, "novas revelações" e "visões", que colocam no mesmo nível da Palavra de Deus, a Bíblia. Porém, a própria Bíblia legitima-se como a Palavra de Deus inspirada. Tudo o que precisamos saber sobre Deus, sobre Jesus Cristo e Seu grandioso plano com este mundo e com nossa vida é revelado exclusivamente pela Sagrada Escritura (2 Timóteo 3.16). Deus nos adverte para não irmos além do que está escrito na Bíblia (Apocalipse 22.18-19; 1 Coríntios 4.6).

3. Como posso encontrar a Deus? Como alcanço a vida eterna?

As seitas condicionam a salvação à filiação a sua organização. Seus membros devem treinar certas práticas de meditação ou cumprir outras normas de conduta. A Bíblia, pelo contrário, ensina: você é salvo e recebe a vida eterna de Deus única e exclusivamente pela fé pessoal em Jesus Cristo e por Sua graça (João 3.16; 14.6; 1 Timóteo 2.5; Atos 4.12).

Cuidado para não cair nas armadilhas de qualquer seita. Por isso, informe-se. Leia a Bíblia. Conheça a Jesus Cristo e confie nEle! O Seu amor vale também para você. Ele quer trazer luz às trevas de sua vida. Jesus Cristo diz: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida" (João 8.12).

Você pode vir a Ele em oração e pedir-Lhe que assuma a direção de sua vida. Ter a Jesus significa ter vida verdadeira, vida com significado, vida eterna com Deus.

Peter Bronclik

sábado, 23 de outubro de 2010

"EIS QUE PONHO DIANTE DE VÓS A BENÇÃO E A MALDIÇÃO"

"Vamos orar para que Deus permita que somente aquele que Ele quiser venha vencer as eleições". Diante dessa frase fui buscar respaldo na Palavra de Deus e vi que o Senhor não irá interferir na vontade dos homens. Deus era o rei de Israel, mas o povo quis ter um rei semelhante as demais nações. E em momento algum, vimos,  o Senhor tentando impedir a vontade dos homens, ao contrário, Deus permitiu que se realizasse os seus desejos. Fico triste ao ver que valores morais parece que não são importantes para alguns crentes. Falar que religião está dissociada da política é um grande equívoco. O que seria de nossa nação se não atentássemos para os valores cristãos?! se eu, conhecedor da Palavra de Deus, voto em alguém, sabendo que essa pessoa é contrária aos princípios bíblicos, podemos por analogia concluir que somos, também, favorável aos seus pensamentos. Caso pregássemos o aborto como meio de planejamento familiar, era preferível que adotássemos outro livro, e não a Bíblia Sagrada, como base de nossa fé. Tenho certeza de uma coisa, no que tange as eleições de 2010, que dos candidatos a presidente neste segundo turno, não há nenhum santo, mas tenho como certo uma coisa, valores bíblicos tem que fazer parte da nossa decisão, quando da minha escolha. Espero que nós evangélicos não venhamos permitir que os Acabes da política venha nos governar. Espero que muitos crentes não venham, amanhã, se lamentar, por saber que através do seu voto, de sua conveniência, o aborto venha ser praticado como instrumento de planejamento familiar, com o aval do Estado, e com o seu voto. A decisão é tua.

Pr. Hélder Teixeira

terça-feira, 7 de setembro de 2010

PRA ONDE A IGREJA CAMINHA?

Dentes de ouro, ministério de dança, marketing, curas on line, culto a denominação, banhos de érvas, sal grosso, teatros, são alguns instrumentos que a igreja tem buscado para manter as pessoas ligadas as denominações. Lembro-me de tempos em que nada disso havia na igreja. Não tinha um banda, um grupo de louvor, não havia encontros, mas as Igrejas estavam cheias, havia milagres sobrenaturais, ainda que não houvesse necessidade da propagação via mídia. Parece que a única razão dos crentes de 30 anos atrás era a propagação do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e não a da denominação. Muitos crentes andam como andarilhos, de um lado para o outro, vazios de si mesmos, carentes da misericórdia de Deus, levados por doutrinas de homens, buscando atrativos de demônios, como na Yoga, na parapsicologia, terapias de silêncios, terapias seculares usadas para tratar crentes doentes da alma, por que o Jesus Cristo que pregamos, parece que não é mais o único e suficiente para resolver os problemas da alma, do corpo e do espírito. Sinceramente, temo pelo caminho que a igreja tem percorrido. Noto a falta de credibilidade que alcançamos em decorrência dos procedimentos de homens corruptos, amantes de si mesmos, mentirosos, desonestos, acham que podem estar a frente de uma igreja, mas negando a Cristo pelos procedimentos carnais, muito mais compromissados com seus interesses, do que com os planos de Deus. Igrejas que nascem em cima de atos malignos, como divisões, rebeldia, conivência com o pecado, achando que pode fazer a obra de Deus tão-somente com a boa vontade. Esquecendo que boa vontade, não é o suficiente para agradar a Deus. Se não atentarmos para os princípios que Deus estabeleceu, ainda que estejamos cheios de boas intenções, de nada valerá. Assim como Uzá, que por um ato de zelo, colocou as mãos para impedir que a Arca caisse e que fôra morto instantaneamente, assim são muitos que possuem a boa vontade, mas não atentam para a vontade de Deus. Precisamos voltar atrás e vermos o que aconteceu, aonde caímos, pois será em vão a nossa boa vontade, se as nossas atitudes forem contrários a Palavra do Senhor. Muitas igrejas são frutos de rebelião por parte dos líderes, que não se achavam dignos de submeter a quem quer que seja e, agora,  caminham com a marca do próprio Satanás, pois levam sobre si, o ato de rebelião. Não basta os métodos humanos para atrair pessoas as igrejas. Não necessitamos de métodos humanos, muito menos de demônios, mas,  carecemos sim, da presença de Deus, e essa presença, só se alcança com muita oração e obediencia a Deus.  Precisamos urgentemente voltar para Cristo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ABORTO E CASAMENTO HOMOSSEXUAL

A igreja Evangélica Templo de Oração não tem nenhuma relação com políticos e muito menos com partidos políticos. Não negociamos e muitos menos fazemos concessão a qualquer político visando benefícios que estes homens podem nos conceder. A Igreja não fará o que se fez a igreja, quando estudamos sua história, prostituindo-se, ou seja, rejeitando a Palavra em troca de favores do Império Romano, ainda que tais práticas eram abomináveis ao nosso Deus.   No entanto, como cidadãos temos que cumprir com nossas responsabilidades, procurando conhecer cada pessoa que almeija ser eleito. Devemos atentar principalmente para os ideais de cada candidato com relação aos seus projetos de governo e suas convicções a respeito de temas contrários a Palavra de Deus.  Por isso alertamos a Igreja quanto aos posicionamentos dos candidatos no que concerne a temas como aborto e casamento homossexual. A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo não pode ser conivente, votando em pessoas que defende tais práticas. A Palavra diz no Salmo 139,16, "Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas..." e 1 Co 6,10 diz: " Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados... herdarão o Reino de Deus.", infelizmente muitos daqueles que irão conduzir esta nação, são contrários a Palvra de Deus, manifestando abertamente, práticas contrário a Bíblia sagrada. Os defensores do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo, são inimigos de Deus e de sua Palavra, pois defende abertamente o direito do homens escolher o que melhor lhe convier, mesmo que isso represente uma afronta ao nosso Deus.  Se eu votar nessas pessoas, estarei concedendo meu aval quanto as suas decisões. Estarei, indiretamente, desacreditando a Palvra de Deus.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A IGREJA EMERGENTE: A LAODICÉIA DO SÉCULO XXI

   
“...haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2 Timóteo 4.3).
Parece que cada geração tem sua própria apostasia específica e, em alguns casos, até mesmo depois de um avivamento espiritual. A igreja do século 20 começou numa batalha pelos fundamentos da fé cristã. Durante aquele período, os evangélicos (i.e., cristãos da atualidade que crêem na Bíblia e que se constituem de fundamentalistas, separatistas e outros apaixonados amantes da Bíblia) experimentaram um crescimento sem precedentes. Mas então, muitos dos principais seminários começaram a se comprometer, fazendo concessões à filosofia pós-moderna do humanismo secular de nível superior. De 1920 a 1935, muitos líderes fundaram escolas cristãs, institutos bíblicos e seminários que geraram fiéis expositores da Bíblia e igrejas evangelizadoras que ganhavam almas para Cristo em todo o mundo. Infelizmente, vários jovens educadores ingressaram nas universidades seculares a fim de obter seu grau de PhD. Depois de se graduarem, tornaram-se professores de seminário no encargo de ensinar os candidatos ao ministério pastoral a pregarem as Escrituras, sendo que eles mesmos nunca tinham exercido o pastorado, nem haviam se dedicado à pregação. Uma das máximas essenciais do processo educacional é a de que “não se pode partilhar aquilo que não se possui”. O que se verifica com freqüência, nos dias atuais, é que pastores jovens se formam nos seminários, todavia conhecem muito pouco sobre a pregação expositiva, sobre as doutrinas fundamentais, sobre a evangelização e nem mesmo possuem as ferramentas necessárias para atuarem como pastores. Hoje em dia, é comum ver pastores, recém-formados num seminário, assumirem o ministério pastoral de uma igreja, sem nunca terem sido alunos de um professor de seminário que realmente tenha exercido o pastorado de uma igreja.
Além disso, a lavagem cerebral de nossos filhos feita dentro das escolas públicas pelos humanistas seculares, desde a pré-escola até o ensino superior (especialmente nos cursos de pós-graduação) tem produzido uma geração pós-moderna que é avessa aos absolutos morais, ao Evangelho que é o único caminho de salvação e à autoridade da Palavra de Deus. Muitos jovens que estudaram em faculdades cristãs já foram influenciados por essa moderna filosofia secular [N. do T.: Nos Estados Unidos há instituições de ensino fundamental, médio e superior que são mantidas por denominações e entidades evangélicas, cuja proposta de ensino e orientação educacional baseia-se em princípios bíblicos cristãos]. Até mesmo em algumas escolas cristãs de ensino fundamental e médio, é possível encontrar professores com formação acadêmica de orientação humanista, que propõem o ensino de uma filosofia secular dentro de um ambiente cristão. É espantoso verificar o grau de desconhecimento da Bíblia que a maioria dos calouros demonstra ao entrar numa faculdade cristã. O único antídoto para aqueles que sofreram essa lavagem cerebral humanista por muitos anos é uma genuína conversão a Cristo, acrescida de um tempo investido no estudo minucioso da Palavra de Deus.
Lavagem cerebral
A lavagem cerebral de nossos filhos feita dentro das escolas públicas pelos humanistas seculares, desde a pré-escola até o ensino superior (especialmente nos cursos de pós-graduação) tem produzido uma geração pós-moderna que é avessa aos absolutos morais, ao Evangelho que é o único caminho de salvação e à autoridade da Palavra de Deus.
A secularização da educação cristã fez com que muitos pastores jovens e sinceros se tornassem vulneráveis aos ensinos da igreja pós-moderna, ou como [seus membros] preferem se designar, “Igreja Emergente”. Esse movimento bebe da essência do antinomianismo, uma filosofia na qual os adeptos questionam mais a Bíblia e os fundamentos da fé do que o ensino e a influência anticristãs de sua formação educacional secular. Eles contam com o apoio de Hollywood, da mídia esquerdista e da música “heavy beat” que transmite mensagens antibíblicas num apelo às emoções, enquanto a mente é deixada de lado. Tal música pode, muitas vezes, apelar aos impulsos da carne e já invadiu as igrejas, onde muitos líderes eclesiásticos alegam que ela lhes presta um auxílio no processo de “crescimento da igreja”, tentando provar, com isso, que estão no “caminho certo”.
Entre os falsos ensinos que brotam da Igreja Emergente encontra-se uma forma não tão sutil de ataque à autoridade da Bíblia – um claro sinal de apostasia. Eles não mais afirmam: “Assim diz o Senhor” (apesar do uso dessa expressão por mais de duas mil vezes na Bíblia), por temerem que isso ofenda aquelas pessoas que apregoam a igualdade de todas as opiniões quanto ao seu valor. A Palavra de Deus não é mais interpretada por aquilo que realmente diz; em vez disso, é interpretada por aquilo que diz para você, desconsiderando, assim, o fato de que a formação educacional e a experiência de vida de uma pessoa podem influenciar a maneira pela qual ela interpreta as Escrituras, a ponto de levá-la irrefletidamente a um significado nunca planejado por Deus para aquele texto.
Alguns dão a entender que Jesus foi um “bom homem, até mesmo um bom exemplo, mas Deus?”. Disso eles não têm certeza. Outros relutam em chegar a tal ponto de questionamento, porque se Jesus não é Deus que “se fez carne”, então não temos um Salvador. Entretanto, há outros da Igreja Emergente que põem em dúvida o milagre da concepção virginal de Cristo, Sua morte substitutiva e expiatória, Sua ressurreição corporal e, obviamente, questionam mais de mil profecias bíblicas, tanto as que já se cumpriram, quanto as que ainda estão por se cumprir, as quais descrevem o maravilhoso plano de Deus para o nosso futuro eterno. Uma indicação da situação em que eles realmente se encontram é evidenciada pelas declarações de um dos seus principais líderes (que é chamado de evangélico), “apesar dele agrupar a série de livros Deixados Para Trás na mesma categoria de O Código DaVinci”.[1] Uma afirmação dessas, vinda de um dos líderes da Igreja Emergente, revela o grau de confusão ou de dolo a que eles de fato chegaram. Ou ele está confuso (iludido) quanto às mentiras gnósticas ocultistas que dominam o enredo de O Códico Da Vinci, ou rejeita, intencionalmente, a interpretação literal da Bíblia que é o fundamento da série Deixados Para Trás, baseada no livro de Apocalipse. Não temos nenhuma dúvida ao afirmar que os líderes da “Igreja Emergente” não crêem no arrebatamento pré-tribulacionista, porque não aceitam a divina inspiração e autoridade da Bíblia.
Os mestres pós-modernos que se denominam “evangélicos”, embora neguem a “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3), são bem rápidos em falar o que eles e outros filósofos heréticos pensam, porém, raramente dizem o que Deus deixou registrado por escrito em Sua biblioteca de sessenta e seis livros, a Bíblia. Eu, particularmente, creio que eles, na verdade, são hereges, apóstatas e lobos “disfarçados em ovelhas”. Devido ao fato do cristianismo liberal ter caído no vácuo do descrédito e das igrejas liberais terem ficado vazias, eles agora fazem uma tentativa de re-empacotar sua teologia sob a forma de pós-modernismo. Na realidade, a maior parte desses conceitos não passa daquilo que costumava ser chamado de modernismo ou liberalismo, ainda que expressos com uma terminologia pós-moderna.
Divina Inspiração
Os líderes da “Igreja Emergente” não crêem no arrebatamento pré-tribulacionista, porque não aceitam a divina inspiração e autoridade da Bíblia.
É difícil obter deles informações quanto ao que realmente crêem, mas eles sabem, muito bem, que não crêem nos fundamentos da fé bíblica. Já é hora de chamarmos a atenção das igrejas para o fato de que tais pessoas são hereges e falsos mestres que “não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça” (2 Tessalonicenses 2.12), tal como Judas escreveu nos versículos 17 e 18 de sua epístola: “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões”.
A mensagem do Espírito Santo dirigida à igreja de Laodicéia se enquadra perfeitamente à realidade deles: “Ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres outro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3.14-22).
Minha expectativa de que a verdadeira igreja evangélica assumisse sua posição “em alto e bom som” contra essa nova forma pós-moderna de apostasia, concretizou-se, recentemente, num simpósio de nosso Pré-Trib Study Group [Grupo de Pesquisas Pré-Tribulacionistas], ocorrido no final de 2006. Foram proferidas várias palestras excelentes que expuseram os erros desse novo movimento. Quase que simultaneamente recebi um exemplar do periódico The Master’s Seminary Journal [Jornal do Seminário Master’s] que também desmascarava esse movimento através de artigos escritos pelo Dr. John MacArthur e pelo Dr. Richard Mayhue, dentre outros articulistas. Em seguida, chegaram informações de que o Dr. John MacArthur está escrevendo um livro sobre o assunto. Certamente será uma obra completa, de modo que nos ajudará a confrontar essa heresia moderna pelas Escrituras, tal como somos expressamente orientados a fazer nestes últimos dias (i.e., “[provar] os espíritos se procedem de Deus”, 1 João 4.1). Pastores inexperientes e mal alicerçados na Palavra de Deus estão sendo influenciados por essa forma atual de apostasia. Se tais pastores, porventura, comprarem essas idéias nitidamente heréticas, levarão suas igrejas ao desvio da verdade, através de falsos ensinamentos. Se líderes cristãos proeminentes e bem conhecidos não se opuserem abertamente a essa distorção apóstata, é muito provável que se cumpram, negativamente, as palavras desta profecia: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18.8).
Ao procurar uma igreja para sua família, certifique-se de avaliá-la pela importância que dá à Palavra de Deus. Você se lembra daqueles judeus “de Beréia”? Eles pesquisavam diariamente nas Escrituras para saber se os ensinamentos de Paulo e Silas eram legítimos e coerentes: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17.11).

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

PECADORES NAS MÃOS DE UM DEUS IRADO

Pr. Jonathan Edwards
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado
Enfield, Connecticut em 08 de julho de 1741
Tradução: Walter Andrade Campelo
"Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder, se apressam a chegar." (Deuteronômio 32:35 ACF1)

Neste verso está indicada a vingança de Deus sobre os pecaminosos e descrentes israelitas, que eram o povo visível de Deus, e que viviam sob os meios de graça; mas que, não obstante todas as maravilhas das obras de Deus para com eles, permaneciam (como está no verso 28) faltos de conselho, não havendo neles entendimento. Debaixo de todos os cultivos do céu, eles produziam fruto amargo e venenoso; como está nos dois versos próximos que precedem o texto. - A expressão que escolhi como meu texto, ao tempo que resvalar o seu pé, parece encerrar os seguintes fatos, relativos à punição e destruição a que estes israelitas pecadores estavam sujeitos:

Que estavam sempre expostos à destruição; como alguém que se levanta e anda por lugares escorregadios está sempre exposto à queda. Isto está implícito na forma de destruição que vinha sobre eles, sendo representada por seus pés escorregando (resvalando). O mesmo está expresso no Salmo 73:18 "Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição."
Isto implica, que eles sempre estiveram expostos a uma repentina e inesperada destruição. Como aquele que anda por locais escorregadios está a cada instante sujeito à queda; ele não pode prever o momento em que estará de pé ou o próximo em que cairá; e quando cai, cai subitamente, sem aviso. Isto também está expresso no Salmo 73:18-19 "Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores."
Outra implicação é, que eles estavam sujeitos a cair por si mesmos, sem serem derrubados pela mão de outro; como aquele que se levanta e anda por um terreno escorregadio não precisa de nada além de seu próprio peso para derrubá-lo.
Que a razão porque eles não haviam ainda caído, e não caíram naquele instante, é apenas que o tempo definido por Deus não havia chegado. Por isto está dito que ao tempo, ou quando o tempo determinado chegar, seus pés irão resvalar (escorregar). Então será permitido que caiam, como estão propensos por seu próprio peso. Deus não irá mais segurá-los nestes lugares escorregadios, mas irá deixá-los cair; e então neste exato instante, cairão em destruição; como aquele que se põe em pé em uma rampa escorregadia e inclinada, à beira de um penhasco, não pode permanecer em pé por si só; quando é solto imediatamente cai e está perdido.
O exame das palavras nas quais eu irei agora insistir é este: - "Não há nada que mantenha pecadores, em momento algum, fora do inferno, a não ser a mera graça de Deus". - Por mera graça de Deus, quero dizer sua soberana graça, sua vontade arbitrária, não se prendendo a qualquer obrigação, não impedida por nenhuma forma de dificuldade, coisa alguma mais que a possibilidade da vontade de Deus tida em seu menor grau, ou em qualquer outra consideração, qualquer que seja, nenhuma outra mão há a preservar os pecadores em momento algum. - A verdade deste exame pode aparecer através das seguintes considerações:

Não há nenhuma falta de poder em Deus para lançar pecadores ao inferno a qualquer instante. As mãos dos homens não têm forças quando Deus se levanta. O mais forte não Lhe pode resistir, nem pode escapar de suas mãos. - Ele não somente é capaz de lançar pecadores ao inferno, mas pode fazê-lo muito facilmente. Algumas vezes um príncipe terreno encontra grande dificuldade para subjugar um rebelde que tenha encontrado meios de se fortificar, e que tenha se feito forte pelo número de seus seguidores. Mas, não é assim com Deus. Não há fortaleza que sirva de defesa contra o poder de Deus. E ainda que mãos se unam a outras mãos, e vastas multidões de inimigos de Deus se combinem e se associem, eles serão facilmente feitos em pedaços. Eles são como um grande monte de finas moinhas diante de um tufão; ou grandes quantidades de restolho seco diante de chamas devoradoras. Nós achamos fácil pisar e esmagar um verme que vejamos a se arrastar pelo chão; assim também nos é fácil cortar ou queimar uma fina linha na qual alguma coisa esteja pendurada: pois é fácil assim para Deus, quando deseja, lançar seus inimigos até ao inferno. O que nós somos, para que pensemos em nos colocar contra Ele, por cuja repreensão a terra treme, e diante de quem as rochas são esmagadas?
Eles merecem ser lançados ao inferno; tanto que a divina justiça nunca se interpõe no caminho, ela não faz nenhuma objeção quanto a Deus usar seu poder no momento de destruí-los. De fato, ao contrário, a justiça clama por uma infinita punição de seus pecados. A justiça divina diz daqueles que geram tais uvas de Sodoma: "Corta o; por que ocupa ainda a terra inutilmente?" Lucas 13.7. A espada da divina justiça está neste momento brandindo sobre suas cabeças, e não há nada além da mão da soberana misericórdia, e da mera vontade de Deus, detendo-a.
Eles já estão sob uma sentença de condenação ao inferno. Eles não somente merecem, justamente, serem lançados lá, mas a sentença da lei de Deus, que é a eterna e imutável regra de justiça que Deus fixou entre Ele e a humanidade, foi contra eles, e permanece contra eles, tanto que já estão suspensos sobre o inferno. João 3:18 "Quem não crê já está condenado". Assim é que cada homem não convertido pertence ao inferno; que é seu lugar; de lá ele é. João 8:23 "Vós sois de baixo." E para lá estar, é levado; é o lugar onde a justiça, e a palavra de Deus, e a sentença da sua imutável lei serão aplicadas sobre este homem.
Eles são agora objeto daquela mesma ira e vingança de Deus, que é expressa pelos tormentos do inferno. E a razão pela qual não vão ao inferno neste mesmo instante, não é porque Deus, em poder de quem estão, não esteja neste momento grandemente irado com eles, da mesma forma como está com as muitas miseráveis criaturas que estão agora em tormentos no inferno, as quais lá sentem e suportam a fúria de sua ira. Na verdade, Deus está irado em um grau muito maior com um grande número dos que estão agora na terra; sim, e sem dúvida, com muitos que estão agora nesta congregação (os quais, é possível, estejam bem à vontade), do que está com muitos daqueles que estão agora nas chamas do inferno.
Tanto que não é porque Deus esteja desatento às suas maldades, e não se ressinta delas, que Ele não deixa sua mão baixar e cortá-los fora. Deus não é de forma alguma como eles próprios, apesar deles O imaginarem como sendo. A Ira de Deus queima contra eles, sua condenação não descansa, o abismo está preparado, o fogo está pronto, a fornalha já está quente, pronta para recebê-los; as chamas estão neste momento intensas e ardentes. A resplandecente espada está afiada, e levantada sobre eles, e o abismo tem aberto sua boca abaixo deles.
O diabo permanece pronto a cair sobre eles, e apanhá-los como seus próprios, no momento em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem; ele tem suas almas em possessão, e sob seu domínio. As Escrituras os representam como suas posses, Lucas 11:21. Os demônios os assistem; estão sempre com eles à sua mão direita; os demônios permanecem aguardando por eles, como vorazes leões famintos que vêem sua presa, e esperam conseguí-la, mas que por enquanto são mantidos afastados. Se Deus retirasse sua mão, pela qual os demônios estão sendo contidos, eles iriam imediatamente voar sobre suas pobres almas. A antiga serpente está escancarada para eles; o inferno abre sua enorme boca para recebê-los; e se Deus assim o permitisse, seriam rapidamente engolidos e estariam perdidos.
Há nas almas dos pecadores princípios diabólicos reinando, os quais num instante queimariam e arderiam no fogo do inferno, não fosse pela restrição de Deus. Existe guardada na própria natureza do homem carnal, uma fundação para os tormentos do inferno. Existem neles princípios corrompidos, em reinante poder, e em plena possessão deles, que são as sementes do fogo do inferno. Estes princípios estão ativos e são poderosos, e extremamente violentos em sua natureza, e se não fosse pela restringente mão de Deus sobre eles, rapidamente eles se romperiam e se incendiariam, da mesma forma que estas mesmas corrupções, que o mesmo inimigo cria nos corações das almas em danação no inferno, e produziriam os mesmos tormentos que nelas produzem. As almas dos pecadores são comparadas pelas Escrituras a um mar bravo, Isaias 57:20. No momento, Deus restringe sua maldade através de seu imenso poder, como Ele faz com as furiosas ondas do mar turbulento, dizendo: "Até aqui virás, e não mais adiante"2, mas se Deus retirasse este poder restringente, ele levaria rapidamente todos consigo. O pecado é a ruína e a miséria da alma; é destrutivo em sua natureza; e se Deus o deixasse sem sua restrição, nada mais seria necessário para tornar a alma completamente miserável. A corrupção do coração do homem é sem moderação e não tem limites em sua fúria, e enquanto o pecador aqui viver, é como fogo contido pela restrição de Deus; levando-se em conta que se for deixado solto incendiará o curso da natureza e o coração será então uma fossa de pecado, assim se o pecado não fosse restringido, imediatamente transformaria a alma em um forno ardente, ou em uma fornalha de fogo e enxofre.
Não há segurança para pecadores em momento algum, ainda que não existam meios visíveis de morte à mão. Não há segurança para um homem natural, ainda que agora esteja com saúde, e que não veja de que forma possa já agora sair do mundo por causa de algum acidente, e que não haja qualquer perigo visível em nenhum aspecto de suas condições de vida. A contínua e variada experiência do mundo em todos os tempos, mostra que isto não é evidência de que um homem não esteja à beira da eternidade, ou de que o próximo passo não ocorra em outro mundo. O invisível, os imprevisíveis caminhos e meios pelos quais as pessoas vão subitamente para fora deste mundo são inumeráveis e inimagináveis. Homens inconversos andam sobre o abismo do inferno em uma cobertura podre, e há inúmeros lugares nesta cobertura tão fracos que não suportarão seu peso, e estes lugares não são visíveis. As flechas da morte voam invisíveis mesmo ao meio-dia; a vista mais aguçada não as pode discernir. Deus tem muitos e insondáveis meios de levar pecadores para fora deste mundo e enviá-los ao inferno, e não há nada que mostre isto, de modo que Deus não tem necessidade de ficar à busca de um milagre, ou de alterar o curso normal de sua providência, para destruir qualquer pecador, em um momento qualquer. Todos os meios que existem para que pecadores saiam deste mundo estão nas mãos de Deus, e estão tão universal e absolutamente sujeitos ao seu poder e determinação, que não depende de nada além da mais simples vontade de Deus, para que os pecadores sigam em um instante qualquer para o inferno, mesmo que estes meios jamais tenham sido utilizados, ou que não sejam concernentes ao caso.
A prudência e o cuidado dos homens naturais em preservar suas próprias vidas, ou o cuidado de outros em preservá-las, não lhes dá segurança em tempo algum. Disto, a divina providência e a experiência universal dão também testemunho. Há esta clara evidência de que a sabedoria própria dos homens não lhes é segurança contra a morte; porque se fosse de outra forma nós veríamos alguma diferença entre os homens sábios e políticos do mundo, e os outros, com relação à sua sujeição a uma morte prematura e inesperada: mas como é isto de fato? Eclesiastes 2:16 "E como morre o sábio, assim morre o tolo!"
Todos os esforços e a sagacidade dos pecadores, as quais usam para tentar escapar do inferno, enquanto continuam a rejeitar a Cristo, e portanto, permanecendo pecadores, não lhes garantem contra o inferno em nenhum momento. Praticamente qualquer homem natural que ouve sobre o inferno, ilude a si mesmo de que irá escapar dele; ele depende de si mesmo para sua própria segurança, e se ilude sobre o que já fez, sobre o que tem feito, ou sobre o que pretende fazer. Cada um projeta maneiras em sua própria mente sobre como evitará a danação, e se ilude achando que planejou bem para si mesmo, e que estes esquemas não irão falhar. Eles ouvem, na verdade, que há muito poucos salvos, e que grande parte dos homens que antes morreram foram para o inferno; mas, cada um imagina que projetou maneiras melhores para seu próprio escape do que os outros fizeram. Ele não tem a intenção de ir àquele lugar de tormento; diz a si mesmo, que pretende tomar um cuidado efetivo, e estabelecer fórmulas tais que ele mesmo não venha a falhar.
Mas, os tolos filhos dos homens miseravelmente se iludem a si mesmos com seus próprios esquemas, e certos de sua própria força e sabedoria, confiam em nada mais do que uma sombra. A maior parte daqueles que antes viveram sob estes mesmos meios de graça, e que agora estão mortos, foram indubitavelmente para o inferno; e isto não ocorreu porque eles não foram tão espertos quanto aqueles que agora estão vivos: não aconteceu porque eles não tenham projetado, para si mesmos, maneiras de escapar tão boas que assegurassem seu próprio escape. Se nós pudéssemos falar com eles, e inquirir deles, um por um, se eles esperavam, quando vivos, quando ouviram sobre o inferno, que em algum momento estariam sujeitos àquela miséria, sem dúvida, iríamos ouvir um por um responder: "Não, eu nunca pretendi vir para cá; eu tinha planejado as coisas de outra forma em minha mente; eu pensei que havia planejado bem para mim; - pensei que meu esquema fosse bom. Eu pretendi tomar cuidados efetivos, mas ela veio sobre mim inesperadamente; eu não a procurei naquele instante, ou daquela forma; ela veio como um ladrão: - A morte levou a melhor sobre mim. A Ira de Deus foi rápida demais para mim. Oh, minha amaldiçoada insensatez! Eu estava me iludindo e me agradando com sonhos vãos do que faria na vida futura, ao tempo em que dizia: Paz e segurança, então me sobreveio repentina destruição."
Deus não se tem colocado sob nenhuma obrigação, por qualquer promessa, a manter homens naturais fora do inferno em momento algum. Deus certamente não fez promessas seja de vida eterna, ou de qualquer livramento ou preservação da morte eterna, além das que estão contidas na aliança da graça, as promessas que são dadas em Cristo, no qual todas as promessas estão, de fato e amém. Mas, certamente não têm interesse nas promessas da aliança da graça aqueles que não são filhos da graça, aqueles que não crêem em quaisquer de suas promessas, e não têm interesse no Mediador da aliança.
Assim é que, com relação a tudo o que alguns têm imaginado e aspirado sobre promessas feitas às buscas e batidas honestas de homens naturais, é evidente e manifesto, que a despeito dos esforços que um homem natural tome em religião, a despeito das orações que faça, até o momento em que venha a crer em Cristo, Deus não está de forma alguma obrigado de protegê-lo um momento sequer da destruição eterna.

Assim é que, desta forma estão os homens naturais seguros pela mão de Deus, sobre o abismo do inferno; eles merecem o abismo de fogo, e já estão sentenciados a ele; e Deus está sendo terrivelmente provocado; sua ira é tão grande contra eles quanto para com aqueles que estão agora sofrendo as execuções da ferocidade de sua ira no inferno, e eles não tem feito nada para abrandar ou abater esta ira, nem está Deus ao menos preso por qualquer promessa a mantê-los um instante que seja; o diabo os está esperando, o inferno está escancarado para eles, as chamas juntam-se e flamejam por eles, e irão alegremente envolvê-los, e engoli-los; o fogo contido em seus próprios corações está se debatendo para sair. E eles não têm qualquer interesse em um Mediador, não há meios através dos quais alcancem o que lhes pode ser de segurança. Resumindo, eles não têm refúgio, nada que os mantenha, tudo o que os preserva em cada momento é a mera vontade arbitrária e a não pactuada, não obrigada, clemência de um Deus enfurecido.

Aplicação
O uso para este terrível tema pode ser o de despertar as pessoas não convertidas nesta congregação. Isto que vocês ouviram é o caso de cada um de vocês que não estão em Cristo. - Aquele mundo de miséria, aquele lago de enxofre incandescente, está largamente estendido abaixo de vocês. Há o horrendo abismo de chamas ardentes da Ira de Deus; há a enorme boca do inferno escancaradamente aberta; e você não tem nada para se manter acima deles, nem nada que para se segurar, não há nada entre você e o inferno além de ar; é somente o poder e a mera vontade de Deus que te mantém acima.

Você provavelmente não tem ciência disto; você se percebe sendo mantido fora do inferno, mas não vê a mão de Deus nisto; e busca outras coisas, como o bom estado de sua constituição corporal, você tem cuidado de sua própria vida, e dos meios que você usa para sua própria preservação. Mas, na verdade, estas coisas não são nada, se Deus retirar sua mão, elas não servirão para evitar a sua queda, mais do que o ar rarefeito irá segurar uma pessoa que esteja nele suspensa.

A sua fraqueza faz como se você fosse pesado como chumbo, e dirigindo-se abaixo com grande peso e pressão em direção ao inferno; e se Deus permitir que vá, você imediatamente afundará e prontamente descerá e mergulhará no abismo sem fim, e sua saudável constituição, e seu cuidado próprio e prudência, e melhor habilidade, e toda sua justiça, não terão mais influência para sustentá-lo e mantê-lo fora do inferno, do que a teia de uma aranha tem para parar uma rocha que cai. Se não fosse pela vontade soberana de Deus, a terra não te manteria um momento; porque você é um peso para ela, a criação geme por sua causa; a criação está sujeita ao laço da sua corrupção, mas não de bom grado; o sol não brilha de boa vontade sobre você para lhe dar luz para servir ao pecado e a Satanás; a terra não produz de bom grado sua produção para satisfazer suas luxúrias; nem é a boa vontade um palco para sua maldade atuar; o ar não serve de bom grado para você respirar e manter a chama da vida em seus órgãos vitais, enquanto você passa a vida a serviço dos inimigos de Deus. As criações de Deus são boas, e foram feitas para que com elas os homens servissem a Deus, e não são subservientes de boa vontade a nenhum outro propósito, e gemem quando são maltratadas em propósitos tão diretamente contrários à sua natureza e finalidade. E o mundo iria lhe vomitar, se não fosse a pela soberana mão daquele que o sujeitou em esperança. As nuvens negras da Ira de Deus estão agora pairando diretamente sobre suas cabeças, cheias de horrenda tempestade, e inchadas com trovões, e se não fosse pela restringente mão de Deus, elas iriam imediatamente romper-se sobre você. A vontade soberana de Deus, por enquanto, segura seu vento tempestuoso; caso contrário ele viria com fúria, e sua destruição seria como a de um furacão e você seria como a fina moinha trilhada no chão.

A Ira de Deus é como grandes águas que por enquanto estão represadas; ela cresce mais e mais, sobe mais e mais alto, até que uma passagem é dada; e quanto mais a corrente é interrompida, mais rápido e poderoso é o seu curso, quando por fim é liberada. É verdade, que o julgamento de suas más obras não foi executado até agora; os dilúvios da vingança de Deus têm sido retidos; mas sua culpa neste meio tempo está constantemente aumentando, e você está a cada dia entesourando mais ira; as águas estão constantemente subindo, e tornando-se mais e mais poderosas, e não há nada além da mera vontade de Deus, que segure as águas, as quais não tem boa vontade de serem paradas, e pressionam duramente para seguir adiante. Se Deus somente retirar sua mão da comporta, ela imediatamente se abrirá, e as ardentes correntes da ferocidade e da ira de Deus, irão ser impelidas à frente com inconcebível fúria, e virá sobre você com poder onipotente; e se sua força fosse dez mil vezes maior do que é, ou ainda, dez mil vezes maior que a força do mais robusto, e vigoroso demônio do inferno, nada seria para lhes resistir ou suportar.

O arco da Ira de Deus está esticado, e a flecha está pronta sobre a corda, e a justiça aponta a flecha para seu coração, e estica o arco, e não há nada além da mera vontade de Deus, e de um Deus zangado, sem qualquer promessa ou obrigação que seja, que retenha a flecha por um instante sequer de se embeber em seu sangue. Assim todos vocês que nunca passaram por uma grande mudança de coração, pelo grandioso poder do Espírito de Deus sobre suas almas; todos vocês que não nasceram de novo, e foram feitos novas criaturas, e ressuscitaram da morte em pecados, para um estado de novo, mas, antes estão inteiramente sem experiência de luz e vida, vocês estão nas mãos de um Deus irado. Por mais que vocês possam ter reformado suas vidas em muitas coisas, e possam ter tido sentimentos religiosos, e possam manter uma forma de religião em suas famílias e aposentos, e na casa de Deus, isto não é nada, mas é Sua simples vontade que impede que vocês sejam neste instante engolidos em eterna destruição. Mesmo que vocês agora possam não estar convencidos da verdade do que estão ouvindo, logo estarão plenamente convencidos disto. Aqueles que se foram estando em circunstâncias semelhantes às suas, viram que assim foi com eles; porque a destruição veio sobre a maioria deles repentinamente; quando não a esperavam, e enquanto estavam dizendo, paz e segurança: agora eles vêem, que aquelas coisas das quais dependiam para paz e segurança, não foram mais que ar rarefeito e sombras vazias.

O Deus que te segura acima do abismo do inferno, muito como alguém que segura uma aranha, ou algum inseto repugnante sobre o fogo, tem repulsa de ti, e está sendo terrivelmente provocado: sua ira contra você queima como fogo, ele olha para você merecedor de nada mais, que ser lançado no fogo, Ele tem olhos puros demais para suportar ter você em sua visão; você é dez mil vezes mais abominável aos olhos Dele, que a mais detestável serpente venenosa é aos seus. Você O tem ofendido infinitamente mais que um obstinado rebelde a seu príncipe; e ainda assim é nada além que sua mão o que evita que você a cada momento caia no fogo. E não há outra razão a ser dada, por você não ter ido para o inferno na noite passada; que você tenha sido forçado a acordar novamente neste mundo, depois que você fechou os olhos para dormir. Não há outra razão a ser dada, por você não ter sido lançado no inferno desde a hora em que você se levantou de manhã, além da mão de Deus ter te segurado. Não há outra razão a ser dada para você não ter ido para o inferno, desde que você se sentou aqui na casa de Deus, provocando seus puros olhos com a sua perniciosa e pecaminosa maneira de comparecer ao seu culto solene. Sim, não há nada que seja dado como uma razão para que você não caia neste exato momento no inferno.

Ó pecador! Considere o temível perigo em que você se encontra: é uma grande fornalha de ira, um enorme abismo sem fundo, cheio do fogo da ira, sobre o que você está mantido pela mão daquele Deus, cuja ira é provocada e inflamada desta tal forma contra você, como contra tantos dos amaldiçoados no inferno. Você está pendurado por uma fina linha, com as chamas da ira divina rompendo por ela, e prontas a cada instante a chamuscá-la, e queimá-la fazendo-a em pedaços; e você não tem qualquer interesse no Mediador, e em nada em que se segurar para se salvar, nada para afastar as chamas da ira; nada de você mesmo, nada do que você tenha feito, nada do que você possa fazer, para induzir Deus a poupá-lo por um instante a mais. - E considere aqui mais particularmente:

De quem a ira é: é a ira do Deus infinito. Se ela fosse somente a ira do homem, ainda que fosse do mais poderoso príncipe, ela seria comparativamente muito pequena para ser levada em consideração. A ira dos reis é muito temível, especialmente dos monarcas absolutistas, que têm as possessões e as vidas de seus súditos inteiramente em seu poder, à disposição de suas mera vontade. Provérbios 20:2 "Como o rugido do leão é o terror do rei; o que o provoca à ira peca contra a sua própria alma." O súdito que muito enfurece um arbitrário príncipe, está sujeito a sofrer os mais extremos tormentos que a arte humana é capaz de inventar, ou que o poder humano é capaz de infligir. Mas, os grandes potentados terrenos em suas grandiosas majestades e força, e quando equipados de seus maiores terrores, não são mais que fracos e desprezíveis vermes na areia, em comparação com o grande e Todo-Poderoso Criador e Rei do céu e da terra. É muito pouco o que podem fazer, quando muito enfurecidos, e quando têm mostrado o máximo de sua fúria. Todos os reis da terra, diante de Deus, são como gafanhotos; não são nada, e menos que nada: seu amor e seu ódio são para ser desprezados. A ira do grande Rei dos reis, é muito mais terrível que a deles, do mesmo modo que sua majestade é maior. Lucas 12:4-5 "E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei."
É à ferocidade de sua ira que você está exposto. Nós freqüentemente lemos sobre a fúria de Deus; como em Isaías 59:18 "Conforme forem as obras deles, assim será a sua retribuição, furor aos seus adversários." Assim também Isaías 66:15 "Porque, eis que o SENHOR virá com fogo; e os seus carros como um torvelinho; para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo." E em muitos outros lugares. Assim em Apocalipse 19:15, nós lemos sobre "o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso." As palavras são extremamente terríveis. Se estivesse somente sendo dito, "a Ira de Deus", as palavras implicariam o que é infinitamente terrível; mas está dito "o furor e a ira do Deus Todo-Poderoso." A fúria de Deus! A ferocidade de Jeová! Oh, quão terrível ela será! Quem pode exprimir ou conceber o que estas expressões carregam em si! Mas, é também "o furor e a ira do Deus Todo-Poderoso." Como tal haverá uma grande manifestação de seu onipotente poder através do qual o furor de sua ira será infligido, desta forma a onipotência será como se estivesse enfurecida, e manifesta, de um modo que os homens não costumam manifestar sua força e o furor de sua ira. Oh! Então, qual não será a conseqüência! O que acontecerá aos pobres vermes que a sofrerão! As mãos de quem poderão ser fortes? E o coração de quem poderá subsistirá? Em que terrível, inexprimível, inconcebível profundidade de miséria será a pobre criatura mergulhada, aqueles que estarão sujeitos a isto!
Considere isto, você que está aqui presente, e que ainda permanece em um estado de não regeneração: Que Deus executar a ferocidade de sua raiva, implica, que ele infligirá ira sem qualquer piedade. Quando Deus olha para o indescritível extremo de seu caso, Ele vê seu tormento ser tão grandemente desproporcional à sua força, e vê como sua pobre alma está oprimida, e afunda, como se estivesse em uma infinita escuridão; mas, não terá compaixão de você, Ele não irá reprimir as execuções de sua ira, ou mesmo tornará sua mão mais leve; não haverá moderação ou misericórdia, nem reterá Deus de forma alguma seu vento impetuoso; Ele não terá preocupação com seu bem-estar, nem tampouco será cuidadoso de qualquer outro modo a fim de que você não sofra, exceto tão somente que você não sofrerá além do que a estrita justiça requer. Nada será contido, já que é dificílimo para você suportar. Ezequiel 8:18 "Por isso também eu os tratarei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade; ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, contudo não os ouvirei." Agora Deus está pronto a perdoá-lo; este é um dia de misericórdia, você pode clamar agora com algum alento de obter misericórdia. Mas, uma vez que o dia da misericórdia tenha passado, seu mais lastimoso e doloroso choro e grito será em vão; você estará completamente perdido e posto longe de Deus, assim como qualquer preocupação para com o seu bem-estar. Deus não terá outra forma de tratá-lo, senão em miserável sofrimento, você continuará a existir sem nenhuma outra finalidade; porque você será um vaso de ira cheio de destruição; e não haverá outro uso para este vaso, além de estar cheio de ira. Deus estará tão distante de perdoá-lo quando você clamar por Ele, que está dito que Ele irá somente "rir e zombar", Provérbios 1:25-26 ss.
Quão terríveis são estas palavras, em Isaías 63:3, as quais são palavras do grande Deus: "e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura." Talvez seja impossível conceber palavras que carreguem em si maiores manifestações destas três coisas, quais sejam, o desprezo, e o ódio, e o furor da indignação. Se você clamar ao Senhor que o perdoe, Ele estará tão distante de perdoá-lo em seu caso sombrio, ou de mostrar-lhe ao menos consideração ou favor, que ao invés disto, irá somente esmagá-lo sob o pé. E ainda que Ele saiba que você não pode suportar o peso da onipotência lhe pisando, ainda assim Ele não terá qualquer consideração, mas irá esmagá-lo sob seu pé sem misericórdia. Ele irá espremer o seu sangue, e irá fazê-lo saltar, e salpicará suas vestes, e manchará toda a sua vestidura. Ele irá não somente odiá-lo, mas terá você, no mais profundo desprezo; nenhum outro lugar será cogitado para você estar, a não ser debaixo de seu pé, para ser pisado como a lama das ruas.
A miséria a que você está exposto é aquela que Deus irá infligir até este fim, uma vez que Ele deve mostrar o que é a ira de Jeová. Deus tem tido isto em seu coração para mostrar aos anjos e aos homens, tanto quão excelente é seu amor, quanto quão terrível é sua ira. Algumas vezes reis terrenos tem uma idéia para mostrar quão terrível é sua ira, através de punições extremas eles executarão aqueles que os provocarem. Nabucodonosor, aquele poderoso e orgulhoso monarca do império Caudeu, estava disposto a mostrar sua ira quando se enfureceu contra Sadraque, Mesaque e Abednego, e desta forma deu ordens para que a queima do fogo da fornalha fosse aquecida sete vezes mais que antes; sem dúvida, ela foi aumentada ao maior grau de violência a que a arte humana poderia aumentá-la. Não obstante, o grande Deus está também desejoso de mostrar sua ira, e de magnificar sua tremenda majestade e grandioso poder em sofrimentos extremos aos seus inimigos. Romanos 9:22 "E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição?" E vendo isto em seu projeto, e o que havia determinado, ainda para mostrar quão terríveis são a irrestrita ira, a fúria e a ferocidade de Jeová, Ele levará isto a cabo. Será algo efetuado e causado que será horrível para quem o testemunhar. Quando o grande e irado Deus se levanta e executa sua terrível vingança sobre o infeliz pecador, e o miserável está verdadeiramente sofrendo o infinito peso e o poder de sua indignação, então Deus irá evocar todo o universo a ver quão tremenda majestade e grandioso poder pode nisto ser visto. Isaías 33:12-14 ss "E os povos serão como as queimas de cal; como espinhos cortados arderão no fogo. Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós que estais vizinhos, conhecei o meu poder. Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?"
Deste modo, estas coisas acontecerão com você que está em um estado de não conversão, se continuar nele; o infinito poder, e a majestade, e o terror do onipotente Deus serão magnificados sobre você, na indescritível força de seus tormentos. Você será atormentado na presença dos santos anjos, e na presença do Cordeiro; e quando você estiver neste estado de sofrimento, os gloriosos habitantes do céu virão adiante e verão o terrível espetáculo, porque poderão ver o que é ira e o furor do Todo-Poderoso; e quando eles tiverem visto, irão se prostrar e adorar aquele grande poder e majestade. Isaías 66:23-24 "E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR. E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne."
É uma ira eterna. Já seria horrível sofrer esta fúria e ira do Deus Todo-Poderoso por um momento, mas, você a sofrerá por toda a eternidade. Não haverá fim para esta extraordinariamente horrível miséria. Quando você olhar para frente, verá um longo futuro, uma continuação sem fim diante de você, que irá engolir seus pensamentos, e assombrar sua alma; e você se desesperará completamente por ter apenas por um momento algum livramento, algum fim, algum alívio, um descanso qualquer. Você terá plena consciência de que irá se desgastar por longos séculos, milhões e milhões de séculos, lutando e combatendo contra esta vingança onipotente e sem misericórdia; e então quando você estiver assim, quando tantos séculos tenham realmente sido gastos por você desta forma, você saberá que tudo isto é somente um ponto comparado com o que ainda falta. Posto que sua punição será na verdade infinita. Oh, quem pode expressar qual é o estado de uma alma em tais circunstâncias! Tudo que nós possivelmente possamos dizer sobre este assunto, daria apenas uma representação muito fraca e débil; ele é inexprimível e inconcebível: Pois "quem conhece o poder da Ira de Deus?"
Quão horrível é o estado daqueles que estão diariamente e de hora em hora em risco de sofrer esta grande ira e infinita miséria! E este é o sombrio caso de cada alma nesta congregação que não tenha nascido de novo, mesmo que de outro modo possam ser morais e retos, sóbrios e religiosos. Oh, que você considere isto, seja você jovem ou velho! Há razão para pensar, que há muitos agora nesta congregação ouvindo este discurso, que serão realmente os objetos desta mesma miséria por toda a eternidade. Nós não sabemos quem são, ou em quais assentos estão assentados, ou que pensamentos têm agora. Pode ser que agora estejam despreocupados, e ouçam todas estas coisas sem muita perturbação, e que estejam agora se agradando supondo que não são estas pessoas, e prometendo a si mesmos que irão escapar. Se você soubesse que havia uma pessoa, e apenas uma, em toda a congregação, que estava para ser objeto desta miséria, que coisa terrível seria pensar sobre isto! Se nós soubéssemos quem ela é, que horrível visão seria ver tal pessoa! Como poderia todo o resto da congregação se levantar e lastimosa e amargamente chorar sobre ele! Mas, ai meu Deus! Ao invés de um, quantos provavelmente irão se lembrar deste discurso no inferno? E seria um milagre, se alguns dos que agora estão presentes, não estejam no inferno em pouco tempo, mesmo antes de este ano acabar. E não seria milagre algum se algumas pessoas, das que estão agora sentadas aqui, em alguns dos assentos deste local de reunião, com saúde, quietos e seguros, estejam lá antes de amanhã de manhã. Aqueles de vocês que finalmente continuarem em uma condição natural, que os mantenha fora do inferno por mais um pouco, logo estarão lá! Sua danação não descansa; ela virá rapidamente, e, com toda probabilidade, muito repentinamente sobre muitos de vocês. Vocês têm razão para se admirarem por já não estarem no inferno. Este é sem dúvida o caso de alguns que vocês têm visto e conhecido, que nunca mereceram o inferno mais que vocês, e que antes davam a impressão de que provavelmente estariam agora vivos como vocês. O caso deles está além de qualquer esperança; eles estão clamando em extrema miséria e perfeito desespero; mas, aqui vocês estão na terra dos viventes e na casa de Deus, e têm uma oportunidade de obter salvação. O que não dariam aquelas pobres almas condenadas e sem esperança por um dia de oportunidade como o que vocês estão agora desfrutando!

E agora você tem uma extraordinária oportunidade, um dia no qual Cristo abriu largamente a porta da misericórdia, e permanece chamando e clamando com grande voz pelos pobres pecadores; um dia no qual muitos estão reunindo-se a Ele, e apressando-se ao reino de Deus. Muitos estão diariamente vindo do leste, oeste, norte e sul; muitos que estavam até muito recentemente na mesma condição miserável em que você está, e que agora estão em um estado de alegria, com seus corações cheios com amor por aquele que os amou, e os lavou de seus pecados em seu próprio sangue, e jubilosos de esperança pela glória de Deus. Quão terrível é ser deixado para trás em tal dia! Ver tantos outros festejando, enquanto você está definhando e perecendo! Ver tantos jubilosos e cantando pela alegria no coração, enquanto você tem motivos para prantear pela culpa do coração, e urra pela vexação do espírito! Como você pode descansar um momento sequer em tal condição? Não são suas almas tão preciosas quanto as almas das pessoas de Suffield3, onde estão dia a dia se unindo a Cristo?

Não há muitos aqui que tenham vivido muito tempo no mundo, e que não tenham até hoje nascido de novo? E portanto, são estrangeiros na comunidade de Israel, e não têm feito nada durante a vida, além de entesourar ira para o dia da ira? Oh, senhores, seu caso, de uma forma especial, é extremamente perigoso. Sua culpa e dureza de coração são enormes. Vocês não vêem quão comumente pessoas da sua idade passam e se vão, na presente notável e maravilhosa dispensação da misericórdia de Deus? Vocês têm necessidade de considerarem a si mesmos, e acordarem inteiramente deste sono. Vocês não podem suportar a fúria e a ira do Deus infinito. - E vocês, homens jovens, e jovens mulheres, irão negligenciar este precioso momento que vocês estão desfrutando agora, quando tantos outros de sua idade estão renunciando às futilidades da mocidade, e se unindo a Cristo? Vocês especialmente têm agora uma extraordinária oportunidade; mas se vocês a negligenciarem, logo acontecerá com vocês como com aquelas pessoas que gastam todos os preciosos dias da juventude em pecado, e estão agora chegando a esta horrível condição em cegueira e dureza. - E vocês, jovenzinhos, que não são convertidos, não sabem que vocês estão indo para o inferno, para suportar a terrível ira daquele Deus, que está agora zangado com vocês cada dia e cada noite? Vocês estarão contentes por serem jovenzinhos do diabo, quando tantos outros jovenzinhos na terra são convertidos, e se tornaram santos e alegres filhos do Rei dos reis?

E permita que cada um que ainda está sem Cristo, e pendurado sobre o abismo do inferno, sejam eles homens ou mulheres de avançada idade, ou de meia idade, ou jovens, ou ainda crianças, ouça agora com muita atenção aos altos clamores da palavra e da providência de Deus. Este ano aceitável do Senhor, um dia de tão grandes bênçãos a alguns, será sem dúvida um dia de notável vingança para outros. A dureza do coração dos homens, e suas culpas aumentam a passo largo em um dia como este, se negligenciam suas almas; e nunca houve tão grande perigo para estas pessoas que cedem à dureza do coração e à cegueira da mente. Deus agora parece estar apressadamente recolhendo seus eleitos em todas as partes da terra; e provavelmente a maior parte dos adultos que nunca serão salvos, será agora levada em pouco tempo, e que isto será como foi a grande expansão do Espírito sobre os judeus nos dias dos apóstolos; os eleitos irão obter, e o restante terá os olhos tapados. Se este for o seu caso, você amaldiçoará eternamente este dia, e amaldiçoará o dia em que nasceu, por ver tal período de expansão do Espírito de Deus, e desejaria que houvesse morrido e ido para o inferno antes de ter visto isto. Agora indubitavelmente está o machado, como esteve nos dias de João o Batista, colocado de forma extraordinária nas raízes das árvores, e cada árvore que não produzir bons frutos, poderá ser derrubada e lançada ao fogo.

Contudo, permita que cada um que está sem Cristo, acorde agora e afaste-se da ira que virá. A Ira do Deus Todo-Poderoso está, neste momento, sem dúvida pendendo sobre grande parte desta congregação: Permita que cada um se afaste de Sodoma: "Apressem-se e escapem por suas vidas; não olhem para trás; escapem lá para o monte, para que não sejam consumidos."