O grupo inglês de heavy metal Iron Maiden encerrou o Rock in Rio, que teve público total de 600 mil pessoas. Às 0h10 da segunda (23), iniciou sua apresentação, que segundo o jornal Estado de São Paulo “parecia anunciar mesmo o Apocalipse”.
Na introdução surgiram imagens nos telões mostrando destruição de forças da natureza. Logo depois, apareceu Jesus Cristo em um crucifixo prestes a incendiar. O vocalista, Bruce Dickinson, instigava o público a cantar junto músicas conhecidas como “The number the beast” (em português, O número da besta), cujo letra anuncia: “Ai de vós, ó terra e mar/ Pois o demônio envia a besta com ódio/ Porque ele sabe que o tempo é curto/O ritual começou, o trabalho do satanás está feito/ 666, o número da besta/ Está havendo sacrifício esta noite”.
Durante mais de uma hora, a banda tocou acompanhada pelo seu famoso “mascote” Eddie, um morto-vivo que aparecia soltando fogo pelo crânio nos telões atrás do palco. Perto das duas da manhã, o festival foi encerrado com o Iron Maiden anunciando na última música: “O mal permanece para sempre/ O mal que os homens fazem permanece para sempre!/ Círculo de fogo, meu batismo de alegria parece terminar/ A sétima ovelha morta, o livro da vida está aberto diante de mim”.
Mas esse não foi o único momento de trevas no espetáculo. No final da noite de domingo (22), quem estava no palco era a banda Slayer. Segundo o site Globo.com, “O inferno não é mais o mesmo, mas continua cozinhando como sempre. Sem o ídolo Jeff Hanneman (morto este ano), o Slayer aterrorizou os fãs no último dia de Rock in Rio neste domingo com o peso e a velocidade que se esperava”.
Entre as músicas mais conhecidas, estava “Disciple” (ou discípulo, em português), onde o vocalista grita “God hates us all” (Deus odeia a nós todos). O final da apresentação que teve o símbolo satanista do pentagrama no telão de fundo quase o tempo todo, foi com “Angel of Death”, que diz: “Podre anjo da morte/ Voando livremente/ Monarca do reino dos mortos/ Infame sanguinário/ Anjo da morte”.
Das trevas para a gloriosa luz
Entre os presentes ao Rock in Rio estava o pastor Marcos Motolo que pode contestar quem acredita que o evento é algo inocente, ou apenas diversão musical. Ele sabe como poucos das implicações de se dedicar a esse tipo de invocação e o preço que elas trazem, pois quase teve sua vida destruída por elas.
Marcos Motolo, já foi considerado o maior fã do Iron Maiden no mundo, com 172 tatuagens. Ele estava no festival para dar testemunho de sua transformação de rockeiro ateu em missionário. Ele traz em seu corpo inclusive o 666, em homenagem a canção “The number the beast”. Mas usa isso para pregar: “Eu não acredito que nada que eu tenha venha me prejudicar de alguma forma. A Bíblia fala que nenhuma condenação existe quando a pessoa encontra Cristo. Por isso que você vê muito ex-matador, ex-traficante ou ex-roqueiro que vira pastor”. E ainda conta que oito tatuagens já desapareceram sem cirurgia. Ele crê que as outras também sumirão.
Em um de seus vídeos ele explica: “Eu abro a Bíblia e Deus me revela o que aconteceu na vida de qualquer pessoa ali dentro (…) Desde minha conversão, o Senhor disse que me levaria para os quatro cantos da Terra e, onde eu colocasse meus pés, as pessoas seriam transformadas pelo poder de Deus”.